Tragédia com avião da Malaysia Airlines repete disputa da Guerra Fria
Já vimos esse filme antes! Pior é que a história se repete e nem é como tragédia – se bem que esta envolve uma tragédia – e nem como farsa, como diz a máxima. Repete-se exatamente de forma igual. O Air Bus da Malasyia Airlines – voo MH17 havia acabado de cair na manhã de ontem na fronteira da Rússia com a Ucrânia e os Estados Unidos já estavam instrumentalizando, explorando o dantesco drama (298 mortos entre passageiros e tripulantes) de acordo com seus interesses geopolíticos e estratégicos.
Mais que depressa já associaram a tragédia ao conflito Rússia-Ucrânia, e em cima de meras ilações partiram para conclusões imediatas: o avião, acusou Washington, foi derrubado por mísseis dos rebeldes da região da Crimeia – agora da Rússia – apoiados por Moscou. E o presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, retrucou na hora, que a aeronave foi derrubada pela Ucrânia, que é apoiada pelos Estados Unidos em suas disputas com Moscou.
Por que não esperar uma investigação, as primeiras apurações? Sequer estas haviam sido iniciadas, sequer foram esperadas, cada lado já tinha suas conclusões e acusações. Por isso, não se deve dar razão, por enquanto, a nenhuma das hipóteses que estão sendo levantadas, antes delas serem analisadas. Elas são muitas e o importante e uma investigação independente.
Ainda não se deve dar razão a nenhum dos lados, nem EUA, nem Rússia
Não se deve dar razão a nenhuma delas mesmo: o Air Bus voo MH17, com 298 passageiros e tripulantes caiu em consequência de um atentado e não de uma explosão; de um atentado com um míssil disparado de terra por rebeldes; ou disparado por forças militares ucranianas para atingir o avião do presidente Putin, que passara no espaço aéreo ucraniano momentos antes do acidente fatal, em sua volta do Brasil, onde ele participou da Cúpula dos BRICS em Fortaleza-Brasília;
Acidentes como esse ja aconteceram na Rússia, onde anos atrás foi abatido um avião de passageiros da Korean Airlines confundido com uma aeronave militar, e no conflito Irã-Iraque em 1988, quando os EEUU abateram por engano um Airbus A300 da Iran Air.
Sensata e a melhor, portanto, é a posição adotada pelo Brasil sobre o acidente, externada pela presidente Dilma Rousseff. Ela pediu cautela quanto ao assunto e que se aguarde o resultado das investigações – exatamente o que estamos ponderando aqui. A presidenta pediu calma, principalmente quanto ao boato que circula em redes sociais de que o ataque ao voo MH17 da Malasyia Airlines mirava o avião do presidente Putin.
Brasil prefere cautela, antes de se posicionar
“Tem um segmento da imprensa dizendo que era este avião (que caiu) estava na rota da volta do presidente Putin. Coincidia com horário e percurso. Então que o míssil seria dirigido ao avião do presidente. O governo brasileiro não se posicionará quanto a isso enquanto não ficar mais claro, por uma questão não só de seriedade, mas de prudência”, explicou a presidenta da República.
Fazer o contrário, sair açodadamente trocando acusações, atribuindo a culpa ao lado que interessa a cada no jogo geopolítico do xadrez da política internacional é meio que ressuscitar a Guerra Fria quando qualquer coisa servi de pretexto para cada um dos lados, fossem Estados Unidos, fosse a então União Soviética tentar tirar proveito para suas posições ideológicas. Calma!.
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