27/10/2014

Vereadora em Natal (RN) propõe que Nordeste e Norte virem 'Nova Cuba'





Eleika Bezerra (PSDC), vereadora em Natal (RN), sugeriu a divisão do Brasil em dois, englobando as regiões Norte e Nordeste no que ela chama de "Nova Cuba". Ela ainda propõe que Minas Gerais seja "implodido e vire um lago". A assessoria de imprensa da vereadora afirmou que ela mesma fez a postagem.

Com 71 anos, Eleika é professora aposentada pela UFRN e foi eleita em 2012 tendo como uma de suas principais bandeiras a luta pela educação. À época, ela se comprometeu a doar todo seu salário parlamentar para instituições de caridade e, inclusive, registrou o compromisso em cartório.

A mensagem da vereadora foi motivada após a votaçõa em massa das duas regiões na presidente reeleita Dilma Rousseff. A imagem revoltou internautas, que inclusive questionaram a vereadora sobre onde ela viveria em seu "mapa", uma vez que a cidade da qual é vereadora fica na região Nordeste.

Redes sociais voltam a registrar casos de preconceito





As redes sociais exibiram, mais uma vez, preconceito contra a região Nordeste e Norte do País nessa eleição presidencial. A agressão contra o Nordeste foi motivada pelo fato de a presidente Dilma Rousseff ter vencido o concorrente Aécio Neves em número de votos na região. "Nordestino vota na Dilma e depois vem pro Sul vender rede", dizia um internauta.

O deputado eleito Coronel Telhada (PSDB-SP) foi mais longe. Sugeria a divisão do País. "Já que o Brasil fez sua escolha pelo PT entendo que o Sul e Sudeste (exceto Minas Gerais e Rio de Janeiro que optaram pelo PT) iniciem o processo de independência de um país que prefere esmola do que o trabalho, preferem a desordem ao invés da ordem, preferem o voto de cabresto do que a liberdade", afirmou o hoje vereador em sua página pessoal. O texto chegou a ter quase 5 mil compartilhamentos.

Já a intolerância com o Norte pôde ser vista em tuítes que reclamavam de o Acre ter sido o Estado a encerrar a votação por registrar três horas a menos que os Estados que adotaram horário de verão. Postagens do tipo "Acre atrasando o Brasil" puderam ser vistas na timeline, inclusive na da apresentadora Luciana Gimenez. "Ninguém merece esperar o Acre", mostrava o perfil da pop.

A internet, sobretudo via Twitter e o Facebook, se consolida como palco profícuo de denúncias relacionadas a racismo, homofobia e xenofobia.
As eleições geraram um aumento de 95% das reclamações. Entre 1.º de julho e 21 de outubro foram registradas 10.609 ocorrências na Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, uma rede de denúncias anônimas contra os direitos humanos. As reclamações foram recebidas pela ONG Safernet.

Segundo o levantamento obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, no mesmo período do ano passado foram feitas 5.416 denúncias. No começo da campanha, o humor e a sátira dominavam os comentários dos primeiros debates. No primeiro confronto, realizado no dia 26 de agosto na Band, os candidatos derrotados Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) foram os campeões de repercussão e comentários. 



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