A sinistra criação da Varig
Pesquisa em arquivos americanos indica a presença de nazistas em companhia aérea brasileira nos anos 1930, incluindo também pilotos da Força Aérea alemã
Mesmo que ele peça para não fazer alarde do fato, o pesquisador Felipe Fernandes Cruz, que faz doutorado em História na Universidade do Texas, afirma: “Não há a menor dúvida que havia nazistas na Varig nos anos 30”. A tentativa de equilibrar essa informação parte do fato de que, segundo ele, no período, era “comum” encontrar seguidores das ideologias fascistas. Mas, de acordo com suas pesquisas em arquivos da PanAm e da Universidade de Miami, havia, sim, “muitos” nazistas na Varig: “incluindo pilotos da Luftwaffe e da Lufthansa que trabalhavam na Varig e na Sindicato Condor”, diz ele.
Como explica a professora da PUC-RS Claudia Musa Fay, em seu artigo “Transporte turbulento”, publicado na edição da RHBN deste mês de maio, tanto a Viação Aérea Riograndense (Varig) quanto a Sindicato Condor Ltda. foram fundadas em 1927, por conta da tentativa de expansão de mercado da empresa alemã Condor Syndikat.
As duas eram, portanto, empresas alemãs. Ou quase. Apesar de criadas por uma companhia estrangeira, as leis brasileiras limitavam o número de funcionários estrangeiros nas companhias aéreas, além de haver ainda um limite de capital externo. A intenção era fomentar a mão-de-obra, o mercado e o capital nacional, com a prática de reserva do mercado. Porém, havia também o jeitinho alemão.
“Vários funcionários da Varig eram alemães naturalizados como brasileiros”, diz Cruz, que mostra que isso causava um problema de identidade nacional – para os americanos. “Quando temos um piloto que cresceu na Alemanha, é nazista, mas tem passaporte brasileiro: é brasileiro? É alemão? Os documentos da inteligência americana tinham uma visão muito simplista do assunto: consideravam todos como alemães e, portanto, ideologicamente perigosos, como um risco para as operações americanas no Brasil.”
Obs: Meus amigos historiadores, isto é um fato histórico no minimo curioso. Eu não sabia disso até a revelação destes documentos,
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