15/06/2014

IDADE MÉDIA

Escrever sobre Idade Média não é tão fácil como parece, pois são vários os momentos de transformação social, politica, religiosa, urbanística, enfim, tudo. Ou tudo junto, transformando o mundo medieval onde cada item citado muda de alguma forma, um pouco de tudo.
Um dos meus escritores favoritos é Jack Le Goff:  Um Medievalista da França que vai contra o Positivismo defendendo História crítica. 
Segundo ele, e outros medievalista a História sempre foi estudada de forma errada, pois estuda a estória dos fortes, os quais são sempre os "bonzinhos".





Aqui vai o resumo de um dos bons livros deste escritor:






RESUMO DE LIVRO: LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução Bernardo Leitão, et all. 2° Ed. Campinas: UNICAMP, 1992.





- Seis problemas que o conceito de História pode trazer: a) Relação da História Objetiva com a história vivida; b) Relação da História com o tempo natural, cronológico[1] e cíclico; c) A dialética da história parece resumir-se numa oposição passado/presente[2]; d) Relação da História com o futuro; e) Relação com outras ciências (estruturalismo).
- A história de início era um relato emitido por uma testemunha do fato. Hoje, o simples relato é mudado para uma explicação do evento.
“...a história deixa de ser científica quando se trata do início e do fim da história do mundo e da humanidade. Quanto à origem, ela tende ao mito: a idade de outro, as épocas míticas, ou, sob aparência científica, a recente teoria do bib bang. Quanto ao final, ela cede o lugar à religião... ou às utopias do progresso, sendo a principal o marxismo, que justapõe uma ideologia do sentido e do fim da história (o comunismo, a sociedade sem classes, o internacionalismo” p. 8.
“... se faz hoje a crítica da noção de documento, que não é um material bruto, objetivo e inocente, mas que exprime o poder da sociedade do passado sobre a memória e o futuro: o documento é monumento” p. 10.
“A tomada de consciência da construção do fato histórico, da não-inocência do documento lançou uma luz reveladora sobre os processos de manipulação que se manifestam em todos os níveis da constituição do saber histórico” p. 11.
- A história é uma prática social, uma questão política. “... é legítimo observar que a leitura da história do mundo se articula sobre uma vontade de transformá-lo”. P. 11.
- O fato é uma criação do historiador que reconhece uma realidade como importante para entrar no discurso.
“... a necessidade de o historiador misturar relato e explicação fez da história um gênero literário, uma arte...” p. 12.
- O instrumento principal da cronologia é o calendário. O calendário está ligado às origens míticas e religiosas da humanidade e ao progresso tecnológico.
“O calendário revela o esforço realizado pelas sociedades humanas para domesticar o tempo natural...” p. 12-13.
“Ele (o calendário) manifesta o esforço das sociedades humanas para transformar o tempo cíclico da natureza e dos mitos, do eterno retorno, num tempo cíclico da natureza e dos mitos, do eterno retorno, num tempo linear escandido por grupos de anos: lustros, olimpíadas, séculos, eras, etc” p. 13.
- A definição de pontos de partida cronológicos e a busca de periodização estão ligadas à História.
- A oposição passado/presente é essencial na aquisição da consciência do tempo. “... a oposição presente/passado não é um dado natural, mas sim uma construção... um mesmo passado muda segundo as épocas e que o historiador está submetido ao tempo em que vive” p. 13.
“Até o Renascimento e mesmo até o final do século XVIII, as sociedades ocidentais valorizaram o passado, o tempo das origens e dos ancestrais surgindo para eles como uma época de inocência e felicidade. Imaginaram-se eras míticas: idades de ouro, o paraíso terrestre... a história do mundo e da humanidade aparecia como uma longa decadência” p. 14.
- CRÍTICAS A IDEIA DE PROGRESSO: o fracasso do marxismo e a revelação do mundo stalinista; os horrores do fascismo e do nazismo; a Segunda Grande Guerra; a construção da bomba atômica; o florescimento de diversas culturas ocidentais.
“A crença num progresso linear, contínuo, irreversível, que se desenvolve segundo um modelo em todas as sociedades, já quase não existe” p. 14.
- Escola dos Annales: uma nova concepção de tempo histórico. “A história seria feita segundo ritmos diferentes e a tarefa do historiador seria, primordialmente, reconhecer tais ritmos” p. 15.
- Ao fazer a história dos impérios, os historiadores da antiguidade pensavam fazer a história da humanidade. Os iluministas pensavam estar escrevendo a história do homem. Os historiadores modernos dizem que a história é a ciência da evolução das sociedades humanas.

Abaixo um estudo profundo da influencia de Le Goff na literatura mundial e porque não para nós, simples professores deste país de terceiro mundo.

Ou então algo mais fácil para você compreender, curtir um pouco do Medievo: FILMES, obaaaaa.















































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